Observando as manifestações ocorridas nos últimos dias em Manaus pude refletir sobre o caráter popular que todas defendem. Será mesmo que essas mobilizações têm caráter popular? Ou deveriam ter?
Na verdade essas manifestações são divididas em grupos dentro da sociedade: estudantes, kombeiros, motoristas de ônibus, etc. Ninguém luta pela causa do outro, ninguém briga pelo direito do outro no Brasil. Ninguém se sente inserido no problema do outro.
Há uma visão corporativista de luta, bem diferente de outras partes do mundo.
Eu como participante da manifestação dos estudantes pela manutenção da meia-passagem me deparei com um homem exaltado dizendo que os estudantes não devem atrapalhar o trânsito de Manaus porque os cidadãos comuns e do bem não têm culpa se as autoridades responsáveis querem tirar o direito conquistado dos estudantes. Eu me pergunto:
- Será mesmo que a sociedade não faz parte dessa luta? Acredito que faz e muito, mas não somos educados a lutar pelo outro e por nós mesmos, não há ligação. Este homem, cidadão do bem, não tem filhos? Ou não pretenderá ter? o direito conquistado hoje servirá para amanhã e depois, para nossas futuras gerações. Repetindo o bordão já manjado “A união faz a força” percebo que as lutas de diferentes classes, grupos, etc. estão sim interligadas, vivemos na mesma sociedade, é preciso mais atenção a esse respeito, como dizia uma das músicas na manifestação estudantil “ Você aí parado também é explorado” pelas classes que se preocupam com seus próprios interesses, somente.
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