sexta-feira, 24 de setembro de 2010

"O Brasil não é um país sério"

Inacreditável? Absurdo? Premeditado?
Inexplicável talvez seja o melhor adjetivo para descrever o julgamento de Joaquim Roriz, na noite desta quinta-feira 23. Acompanhei aproximadamente as últimas 2 horas da sessão e vi o que sabia - mas me recusava a crer, com idiota esperança - que aconteceria.
Alguém pode me explicar por que sempre que o TSE julga algo de forte apelo popular, as votações iniciam com uma disparada do voto pretendido pela população inteira e acabam em acaloradas discussões e decisões pela opção contrária? Por que somos obrigados a ver ministros defendendo o indefensável? Antes do Ficha Limpa tivemos outros exemplos nítidos da falta de compromisso dos "excelentíssimos" para com o povo, a quem deveriam representar e defender.
Não sou jurista, não entendo de leis no papel, mas entendo de valores morais, dos quais destaco a importância do interesse coletivo sobre o individual, ou siomplesmente, DEMOCRACIA!
Ver a defesa a qualquer custo liderada pelo Gilmar Mendes, do alto de sua soberba, desqualificando comentários contrários, e citando artigos que "até uma pedra sabe" foi de dar nojo. Mas quase vomitei mesmo foi ao ver o ministro bigodudo que presidia a sessão, que já se encaminhava para a 11a hora de duração só no dia de ontem, decidir que a votação será concluída quando for nomeado alguém para a cadeira vaga no tribunal, em algum momento após as eleições e antes da diplomação dos eleitos, que podem não ter sua eleição confirmada. Vale lembrar que o julgamento havia começado na terça, 23. Se não tivesse sido frouxo, teria decidido pela validade imediata da lei e eu estaria aqui escrevendo seu nome, que sem dúvida teria sido decorado por mim perante ato tão nobre. Não que eu ache errado impedir a diplomação de quem nao merece mesmo estar lá, mas seria melhor se sequer pudesse ser votados. Mas como diria Loco Abreu, lhe faltou "culhón" para ser herói. Ou juiz.
Mas como nada é tão ruim que não possa piorar, minhas ânsias escatológicas cessaram imediatamente, transformando-se num misto de ódio, vergonha e revolta, quando o ministro bigodudo rechaçou sem nenhuma cerimônia a sugestão de que a votação proseguisse na segunda-feira, alegando ter um "compromisso". Se tivesse o mínimo de vergonha na cara, teria ao menos dito o que é tão importante assim que o impede de definir uma eleição de um país com cerca de 200 milhões de habitantes.
Resumindo, acabou tudo como começou. O Roriz concorrerá sub judice, os ministros receberão todas as horas extras, adicionais e sabe-se mais o que a que tem direito, e nós pagaremos a eles pelo serviço não ou mal prestado, o que já é comum mesmo, afinal isso contece todos os dias com energia, telefonia, internet, transporte, enquanto o Presidente decide o voto de minerva, digo o novo ministro.
E pensar que teve gente com raiva da crítica feita, lá pelos anos 60, do então presidente francês Charles de Gaulle, ao dizer que "o Brasil não é um país sério".
Parabéns "dExcelentíssimos" ministros. Viramos piada de novo, e essa não é de portugês. É de brasileiro mesmo.

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